Autor: Kate Morton
Ano: 2010
Editora: Porto Editora
Número de Páginas: 551
Classificação: 5/5
Desafio: Novos autores (1/15)
Reading Romances (Foreigners do it better!) (1/12)
SinopseUma criança perdida. Nas vésperas da Primeira Guerra Mundial uma criança é encontrada só, num barco que se dirige à Austrália. A mulher misteriosa que prometera tomar conta dela tinha desaparecido sem deixar rasto.
Um terrível segredo. No seu 21.º aniversário, Nell Andrews descobre algo que mudará a sua vida para sempre. Décadas depois, embarca em busca da verdade, numa demanda que a conduz até à costa da Cornualha e à bela e misteriosa Mansão Blackhurst, em tempos propriedade da aristocrática família Mountrachet.
Uma herança misteriosa. Com o falecimento de Nell, a neta Cassandra recebe uma herança surpreendente. A Casa da Falésia e o seu jardim abandonado são famosos nas suas redondezas pelos segredos que ocultam - segredos sobre a família Mountrachet e a sua governanta, Eliza Makepeace, uma escritora de obscuros contos de fadas. É aqui que Cassandra irá por fim desvelar a verdade sobre a família e resolver o mistério de uma pequena criança perdida.
Opinião
Uauuu!! Este livro é de deixar os leitores sem palavras! Confesso que não foi assim desde o início, mas vamos por partes.
Este foi o meu primeiro contacto com Kate Morton e estou muito satisfeita com o balanço final desta leitura. Tive alguma dificuldade em entrar na narrativa devido à enorme carga descrita que vai acompanhando o desenvolvimento do livro. Esta dificuldade fez-se sentir porque o meu último livro tinha um ritmo alucinante. Este por seu lado tem um ritmo de acontecimentos mais lento apresentando, aos poucos, os mistérios que cada personagem encerra.
Apesar desta minha resistência inicial (ainda bem que a consegui ultrapassar, pois teria perdido um livro fantástico) a partir de um terço do livro já estava completamente agarrada à história e às personagens que por lá habitam. Kate Morton é uma excelente contadora de histórias, uma autora dotada de uma sensibilidade e imaginação fantásticas. Orienta o leitor em diferentes sentidos levando-nos a imaginar mil e um cenários possíveis para o que se irá passar nas próximas páginas. Do meu ponto de vista, a estrutura narrativa, os mistérios e os segredos funcionam como um dos três ingredientes de sucesso deste livro. Os outros dois ingredientes são as personagens e os três contos infantis.
Os mistérios e os segredos estão muito relacionados com a família (ou famílias) que o livro nos apresenta. Nell descobre aos 21 anos que aquilo que ela pensava ser a sua família afinal não era. Este facto fê-la mudar radicalmente a sua postura em relação à vida e decide procurar as suas origens. Porém, um acontecimento faz com que ela não chegue ao final do seu grande mistério: descobrir quem são os seus pais. É depois da sua morte que Cassandra, sua neta, descobre que herdou uma casa na Cornualha, Inglaterra (elas viviam na Austrália). É neste contexto que Cassandra parte em busca das origens da avó e depara-se com muitos mistérios para resolver, uma casa para restaurar e um jardim misterioso que também precisa de ser arranjado. Confesso que eu própria fiquei apaixonada por este jardim e pela Casa da Falésia, pelas descrições pareceram-me sítios muito bonitos.
Os antepassados de Nell que Cassandra descobre são de uma complexidade emocional fantástica, para além de serem descritos com uma personalidade assustadoramente complexa. Não vou referir todos apenas vou destacar aquelas que mais me marcaram: Eliza Makepeace e Linus Mountrachet.
Eliza é uma mulher que sofre algumas provações em criança. Dotada de uma imaginação surpreendente inspira todos os leitores com os seus modos muito próprios. É cativante e ao mesmo tempo inquieta o nosso espírito. Tornou-se escrito e no livro conhecemos três dos seus contos infantis. Estes contos são igualmente metáforas dos acontecimentos de vida destas personagens.
Linus Moutrachet inquietou-me o espírito. Era um homem, da minha perspectiva, psicologicamente afectado. Fiquei paralisada com alguns dos seus comportamento e fiquei a pensar em coisas terríveis que ele possa ter feito, mas que livro não aparecem. Linus, partindo da minha interpretação, estava apaixonada pela sua irmã Georgiana (mãe de Eliza). Esta obsessão com a irmã acabou, depois por ser dirigida para a sobrinha devido às características físicas. Em conclusão, Linus pareceu-me repugnante!!!
Não tenho mais palavras para descreves este livro. Foi um leitura muito agradável e que aconselho! Gostaria de saber se já leram este livro e o que é que acharam, que sentimentos eles vos despoletou...
Deixem-se invadir pelas palavras! Boas leituras! :)